segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Acordo de manhã e o teu olhar é triste. Sabes que eu vou embora nesse dia.
Fazes de tudo para estar comigo, abraças-me, beijas-me, percorres a minha sombra enquanto eu ando. Finges que está tudo bem na tua inocência pequenina mas eu conheço-te.
Os teus olhos lembram-me os meus na infância. Não sei porquê, mas um olhar vazio e triste.
Eu acarinho-te e protejo-te para que percebas que nada te irá acontecer, apenas eu vou e volto. Assimo é há 3 anos e começo a perceber que com o passar do que tmepo, aquilo que pensei tornar-se em hábito está a tornar-se me tristeza, para ti.

É nessa hora que me divido, que gostaria de ter dois corpo apenas com um pensamento para poder estar nos dois sítios ao mesmo tempo.
Abraças-me e dizes. - não vais demorar tantos dias, pois não? E com a minha fragilidade ferida tento explicar-te que serão apenas umas noite e logo logo estarei de novo aninhada a dormir ao teu lado.
Sei que não te convenço. O teu pequenino coração começa a saltar, começam as invenções de que estás doente só para eu te ter no meu colo, começam os olhinhos azuis a ficar negros e a encherem-se de uma espécie de água salgada.

É chegada a hora. Finges que nem estás a importar-te, brincas, muitas vezes nem sequer à porta me trazes. Até que começam os beijinhos seguidos, a corrida para dentro do carro na esperança que eu te traga. Como o queria fazer...
Tão feliz que somos juntos. Tão grande é a minha alma contigo perto de mim.

Um úlimo beijo, um último olhar e à medida que o carro avança devagar na esperança de te ver pelo espelho até não mais poder, corres atrás dele a sorrir, a pensar que consegues alcançá-lo e vir atrás dele até onde eu for.
Mas afinal percebes que as tuas pequenas pernas não te permitem chegar mais que uns dez passos. É aí que o teu rosto se transforma em tristeza novamente e que consigo ouvir o teu soluçar no meu pensamento.

Eu caminho cerca de 150km a pensar em ti, no mesmo estado que tu mas contigo no sítio mais bonito que conheço.

São assim os nossos domingos, um fica na esperança que volte para trás para ficar ou levá-lo e eu vou com a minha alma no chão. Mas vou com a certeza que ficas bem e que eu vou amar-te sempre, vá para onde for.

Trago-te sempre comigo. No meu bolso. Na minha mão. No meu coração.

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